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  • Pesquisa mostra que evangélicos mais jovens estão perdendo interesse pela evangelização

    Pesquisa mostra que evangélicos mais jovens estão perdendo interesse pela evangelização

    Levantamento aponta que os pastores são respnsáveis diretos por apenas 8% das conversões.

    Por Jarbas Aragão

    Ainda que brasileiros e norte-americanos vivam contextos sociais e políticos bastante distintos, a “cultura evangélica” de ambos não é tão diferente assim. As centenas de livros de autores americanos que chegam traduzidos por aqui todos os anos e a presença frequente de pastores estrangeiros em grandes eventos, mostram que existe uma inegável influência no pensamento teológico.

    Por isso, a pesquisa divulgada pelo Instituo Americano de Cultura & Fé (ACFI, na sigla original) esta semana merece atenção. A porcentagem de cristãos que se consideram “praticantes” continua caindo nos EUA e apenas uma minoria dos fiéis acredita que possuem uma “grande responsabilidade pessoal” em compartilhar o Evangelho.

    “O cristianismo está passando por um momento de grande desafio. A Igreja muito provavelmente não crescerá no futuro, a menos que sejam feitas algumas mudanças fundamentais na sua prática”, avalia o pesquisador George Barna, em sua análise dos dados revelados no levantamento.

    “Menos igrejas estão capacitando as pessoas para o evangelismo e ensinando sobre isso nos dias de hoje, por isso os resultados são óbvios e inegáveis. As implicações de se ignorar a divulgação clara do evangelho – especialmente entre as crianças, a audiência mais receptiva de qualquer mensagem – são enormes. Nem todas as estratégias de ‘crescimento da igreja’ do mundo poderão compensar a ausência de uma transmissão autêntica das boas novas do que Jesus Cristo fez pela humanidade”, destaca.

    A pesquisa, que entrevistou 9.273 adultos, mostra que apenas 31% dos adultos que se identificam como cristãos também dizem ser “nascidos de novo”, seguindo a tendência de declínio em voga desde 2010.

    A ACFI advertiu que esses dados demográficos não dão esperanças que a tendência possa ser revertida no futuro próximo, já que as pessoas das gerações mais novas demonstram menos preocupação com o assunto. Trinta e três por cento das pessoas na faixa etária com mais de 65 afirma que é preciso “nascer de novo” para ter a vida eterna ao lado de Jesus, enquanto 37% do grupo entre 50 a 64 pensa assim e somente 31% daqueles na faixa entre 31 e 49. O índice mais baixo está com aqueles entre 18 e 30 anos, e apenas 23% dos adultos.

    “Crianças e adolescentes apresentam uma menor probabilidade de nascer de novo, que no passado, limitando a possibilidade de crescimento desse segmento”, afirma o documento.

    A pesquisa da ACFI repete os dados de outras similares e indica que os jovens são mais propensos a aceitar Jesus Cristo como seu salvador antes de terminar o ensino médio, pois dois em cada três indivíduos que nasceram de novo fazem isso antes dos 18 anos de idade.

    “Outros 8% o fazem durante o período onde tradicionalmente se frequenta a universidade (18 a 21 anos), 8% entre 22 a 29 anos, com outros 8% fazendo isso depois dos trinta. Apenas 9% dos adultos aceitam Cristo como seu salvador aos 40 anos ou mais”, observou a enquete.

    Os pesquisadores acreditam que o declínio do número de cristãos nascidos de novo deve-se, principalmente, a visão dos membros de igreja em relação ao evangelismo e à salvação. Apenas 39% dos cristãos praticantes adultos afirmam possuir uma “grande responsabilidade pessoal” de compartilhar o Evangelho com pessoas que possuem diferentes pontos de vista.

    “É perturbador o fato de adultos concordarem com a ideia que a salvação eterna pode ser obtida através de merecimento ou boas ações (25%), pois acreditam que a salvação não pode simplesmente ser recebida pela fé (20%)”, explicaram os pesquisadores.

    Pouco mais da metade (55%) dos evangélicos e apenas 19% dos católicos disseram que a salvação eterna baseia-se unicamente na redenção por Cristo.

    Uma mudança notável nas últimas duas décadas, afirmou a ACFI, é que 38% dos cristãos agora não se identificam nem como evangélicos nem como católicos, algo “praticamente inexistente no fim do século passado”.

    “Essa mudança corresponde à diminuição generalizada da identificação das pessoas com as instituições e a rejeição dos rótulos tradicionais sobre questões de fé”, a pesquisa concluiu.

    No tocante às razões de alguém decidir-se por seguir a Cristo, 29% dos cristãos nascidos de novo apontaram a influência de seus pais. Cultos e eventos da igreja influenciaram 20% das conversões, e familiares sendo responsáveis por 16% das decisões de alguém de tornar seguidor de Cristo. Pastores ou líderes de igreja foram citados por 8%. Além disso, 5% dizem que a maior influência veio de um amigo. Isso significa que pelo menos metade das conversões são resultado direto de um relacionamento próximo com outros crentes.

    Barna chama atenção para o fato de os pais não conseguirem influenciar seus filhos a seguirem sua fé como ocorria nas gerações passadas. “Se você tirar a família e as igrejas como influências espirituais na vida de uma criança, são muito pequenas as chances dessa criança ter uma exposição positiva ao evangelho”, insiste.

    Chuck Lawless, vice-presidente de Estudos de Pós-Graduação em Ministério do Seminário em Wake Forest, Carolina do Norte, acredita que os cristãos que não evangelizam não foram “ensinados genuinamente sobre o que significa crer em Cristo para a salvação”.

    “No fundo, eles acreditam que há múltiplos caminhos para Deus – e ninguém intencionalmente, lhes mostrou claramente que isso contraria as Escrituras”, disse Lawless em outro momento. Com informações de Christian Post

    Fonte: Gospel Prime

    O conteúdo das notícias é de responsabilidade de seus respectivos autores e veículos de comunicação, não refletindo necessariamente a opinião da ICESO



    Data : 2017-12-04
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